Pode-se dizer que, antes mesmo de a residência de Cesar Prates (1961) tomar forma como um dos primeiros projetos de Lelé em Brasília (Lago Sul), João Filgueiras iria inaugurar sua atuação profissional por meio de outro tipo de moradia: as residências provisórias de madeira para funcionários do IAPB no canteiro de obras da 108 Sul. Era o início de um envolvimento do arquiteto com um tema que perdurou por toda a sua carreira, e, com breves hiatos, nunca deixou de revelar suas feições técnicas, construtivas e espaciais em estreita vinculação com outras esferas de sua produção. A casa é de fato um verdadeiro laboratório na obra de João Filgueiras. Ainda que seu projeto para a habitação social (Minha Casa Minha Vida, 2011) não tenha saído do papel, as residências privadas projetadas e construídas por Lelé em Brasília apontam para uma diversidade de soluções e de sistemas construtivos que acompanharam as pesquisas do arquiteto.